Um relatório publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2016 estimou que mais de 8% da população brasileira foi diagnosticada com diabetes. Não parece muito, mas essa porcentagem equivale a quase 17 milhões de pessoas.
Mas, esse número deveria ser ainda maior, uma vez que o diabetes é uma das doenças que mais passam despercebidas. Seus sintomas podem facilmente ser ignorados, o que compromete a quantidade de pessoas que vão ao médico ser examinadas em primeiro lugar.
Porém, ignorar a presença do distúrbio hormonal por apresentar sintomas a menos não é aconselhável. A ausência de acompanhamento da condição com um médico endocrinologista pode levar a uma série de complicações no organismo, como doenças hepáticas, pressão alta, derrames, entre vários outros.
Aliás, a taxa de mortalidade relacionada ao diabetes no Brasil foi determinada, no mesmo relatório da OMS de 2016, como 6%, o que representa mais de 12 milhões de pessoas. Por isso, é importante prestar bastante atenção nas seguintes características:
Mesmo que possivelmente amenos, os sintomas da ocorrência do diabetes existem. São eles:
Caso você sinta esses sinais, vá ao médico. Mas, mesmo se não tiver, não deixe de fazer exames de rotina. Eles podem identificar um aumento de glicemia no seu sistema sanguíneo que é indicativo de pré-diabetes, o que vai permitir um controle ainda melhor da condição.
Os motivos exatos do desenvolvimento do diabetes ainda não foram determinados com precisão pelos pesquisadores, mas alguns grupos de risco foram estabelecidos.
O tipo 1, normalmente diagnosticado ainda na infância ou adolescência, corresponde a pessoas que apresentam uma deficiência na produção de insulina. Os motivos dessa deficiência não foram definidos, mas sabe-se que existe uma grande influência genética relacionada ao seu desenvolvimento. Nesse caso, o diabetes é auto-imune, e o pâncreas deixa de produzir a insulina, fazendo com que o paciente necessite de doses diárias do hormônio para controlar sua glicemia.
Já o tipo 2, que atinge 90% dos casos diagnosticados, ocorre devido a uma ineficiência do organismo em utilizar a insulina produzida. Os grupos de risco para este caso são os listados abaixo:
Existem dois tipos de exames de sangue para detectar o diabetes. Sabe como eles funcionam?
O primeiro é o exame feito em jejum de 8 a 12 horas de duração – para garantir a sua precisão, é necessário ficar sem consumir nenhum tipo de alimento ou bebida, exceto água. Os resultados medem a quantidade de miligramas de glicose diluídos a cada decilitro (dL) de sangue, ou seja, a décima parte de um litro.
Para resultados abaixo de 99mg/dL, o sangue é considerado saudável ou, para o caso de pacientes já diagnosticados, o diabetes está controlado. Resultados entre 99 e 126mg/dL indicam um caso de pré-diabetes, enquanto o sangue que apresenta mais de 126mg/dL de concentração de glicose é o do paciente diabético.
O segundo teste é chamado teste oral de tolerância à glicose, ou teste de curva glicêmica. Nele, o paciente ingere um líquido doce de sobrecarga de glicose, e colhe o sangue depois de duas horas. Assim como o primeiro, há três possíveis resultados: a concentração menor de 140mg/dL é a de pessoas saudáveis ou cuja diabetes está controlada, entre 140 e 200mg/dL é indicativo de pré-diabetes e, taxas maiores de 200mg/dL apontam o quadro diabético.
É importante lembrar que o diagnóstico somente pode ser feito por um médico, assim como a definição do tratamento e eventual medicação. Isso porque o tratamento para o diabetes é personalizado para cada paciente de acordo com diversas outras variáveis e existem diferentes tipos de medicamentos com doses apropriadas. Assim como a definição de qual o tipo da doença que foi desenvolvida pelo paciente.
Além disso, ambos os exames devem ser feitos obrigatoriamente em laboratório. O famoso teste da picada na ponta do dedo não é adequado para diagnóstico. Ele somente é apropriado para acompanhamento de pacientes já diagnosticados.