BURNOUT: é só o Diabetes que pode desencadear essa síndrome?

 

 

Há algum tempo venho querendo abordar esse assunto por aqui. Mas, como no caso EU  também me vi envolvida em um BURNOUT de vários pontos da minha vida, achei que não deveria.

Mas…pensando bem…não falar sobre um problema (na minha modesta opinião) pode nos afastar ainda mais da vida do que nos levar de volta pra ela, e digo mais: não vai tratar essa dor.

É preciso falar sobre o que nos incomoda. É preciso buscar ajuda. É preciso querer sair do buraco!

E quanto tempo isso leva? Depende de cada um, mas é SEMPRE possível!

 

O QUE É ENFIM, O BURNOUT?

síndrome de burnout é muito vinculada com o meio laboral, mas também pode ser relacionado com o estresse causado pelo estilo de vida da pessoa.

Trata-se  de um transtorno emocional que se caracteriza pelo esgotamento físico e mental do indivíduo que o torna apático e desestabilizado, sem vontade de empreender e realizar suas tarefas principais.

Na verdade, esta síndrome trata-se de uma evolução do estresse a um nível crônico.

Nós, que convivemos com o Diabetes, já ouvimos vez ou outra esse termo, sobre  quando a pessoa não aguenta mais conviver com essa realidade (o cuidar do diabetes). Tudo cansa. E começa a negligenciar o próprio tratamento por conta da bendita exaustão (que pode até ser física  e mental). Você já passou por isso?

 

Você já ouviu falar em DIABETES BURNOUT?

Não podemos tirar férias do Diabetes quando estamos cansados. Simples assim.

Não é possível deixar essa condição de lado pendurada no armário e sair para passear. Viajar. Trabalhar. O Diabetes vai com a gente a qualquer lugar. E isso cansa. São 24 horas por dia, 7 dias na semana, 365 dias no ano.

O que cansa muita gente que convive com o diabetes é justamente essa rotina repetitiva. Acordar, medir a glicemia, enviar o bolus para o café da manhã, almoço, jantar, lanchinhos. Ter que ficar atento a variações ( stress, hormônios, ambiente, infecções). E às vezes, por mais que você faça tuuudo dentro do planejando, as glicemias ainda teimam em ficar fora do lugar.

E algumas vezes algumas pessoas chegam a um estágio de exaustão mental tão severo que começam a negligenciar o tratamento, mesmo que não de forma proposital. Isso é um bornout.

Para quem usa algumas tecnologias (como é o caso de quem tem Diabetes Tipo 1 e usa bomba de insulina com sensor, por exemplo), o uso constante de alarmes também é um catalizador de sentimentos – nessas fases, no caso, sentimentos ruins.

Conto isso com muita propriedade porque sou usuária de bomba com sensor desde 2018, por conta das constantes hipoglicemias assintomáticas (sem sintoma) que tinha. Usei uma bomba emprestada primeiro, depois coloquei a Minimed 640G. Os momentos difíceis que tenho vivido em função do pós luto, trabalho, problemas de saúde do cachorro e ainda questionamentos sobre minha própria vida somam-se aos inúmeros alarmes da bomba – muitas vezes em momentos em que não estou podendo manusear a bomba: dirigindo, no banho, dormindo, ou ocupada. E aí , o que se pode dizer? Tem momentos que dá vontade de jogar tudo para o alto e deixar de ser diabética. Só isso.

E nesses momentos em que dá até vontade de chorar muitas vezes, eu tento me interiorizar, RESPIRAR, ME ACALMAR,  e lembro de uma coisa: somos sempre nós os responsáveis pelo céu e pelo inferno dentro das nossas cabeças ( a não ser que se tenha um problema de fato). E tento me centrar de novo para seguir adiante.

Mas o BOURNOUT DO DIABETES muitas vezes pre-ci-sa de ajuda psicológica. E se isso acontecer, se você perceber que simplesmente nada consegue fazer você melhorar, não hesite em buscar ajuda.

 

MAS….. QUANDO ISSO ACONTECE? SÓ TEMOS BURNOUT COM O DIABETES?

É exatamente sobre ISSO que cá estou eu escrevendo para você.

A resposta é não!

Uma pessoa pode ter o burnout do Diabetes, mas em outros aspectos da vida, estar caminhando bem de certa forma. Não ficamos cansados só do Diabetes.

Aqui vemos mães, pais, profissionais sobrecarregados em seus trabalhos, mulheres fazendo jornadas triplas, pessoas trabalhando, estudando, passando por fases complicadas em suas vidas. Se questionando sobre tudo.

Alguns sintomas no burnout:

  • Sensação de esgotamento físico e mental.
  • Sentimento de fracasso e impotência.
  • Baixa autoestima.
  • Ausência de realização pessoal.
  • Estados contínuos de inquietação.
  • Déficit de atenção e concentração.
  • Comportamentos violentos.
  • Dores de cabeça.
  • Insônia.
  • Impaciência, entre outros.

A pandemia catabolizou muitos aspectos, colocou as pessoas dentro de casa na marra, 24 horas por dia e com as emoções a flor da pele, lidando com uma doença causada por um vírus que ninguém sabia direito como lidar. Economia piorou, desemprego, tudo parece ter sido realmente levado ao extremo. E nunca se falou tanto sobre o tal burnout.

Ele pode ser no trabalho, no Diabetes, na vida. Pode ser em todos os pilares. E o ideal é que seja tratado e ressignificado. Porque só dessa forma conseguimos seguir adiante!

Buscar ajuda psicológica quando não estamos bem já é o primeiro passo para que se tenha início o diagnóstico certeiro. Se houver necessidade de medicamentos, é importante que isso seja respeitado .

Terapias ajudam muito nesse processo, priorizar assuntos e a ajuda de quem está conosco nessa jornada pode ser muito positivo no processo de cura.

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