Você sabe o que está colocando dentro do seu corpo?

VOCÊ JÁ OUVIU O TERMO INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA?

Imagine que você precisa fazer uso de um medicamento de uso contínuo para tratar algum problema. Exemplo? Temos Diabetes e precisamos usar diariamente a…insulina. Que na verdade, não é um medicamento, é um hormônio que nosso pâncreas não produz, e, por essa razão, precisamos injeta-lo diariamente.

MAS, quando usamos certos medicamentos como por exemplo, corticóides sabe o que pode acontecer? Nossas glicemias começam a subir absurdamente porque nosso corpo começa a ficar mais resistente à insulina. Para que isso não aconteça, o ideal é que, caso haja a necessidade de se usar esse medicamento, seja feito um planejamento para o manuseio das doses que precisamos juntamente com o médico endocrinologista que nos acompanha. Isso aconteceu comigo há muitos anos atrás, quando tive a hemorragia no olho direito e precisei operar. Foi tenso, mas deu certo! E nem bomba eu usava!

Outro exemplo? Imagine em uma emergência, em uma infecção, você precisar fazer uso de algum antibiótico. Certos antibióticos merecem uma atenção especial pois são eliminados pelo nosso organismo pelos rins, outros pelo fígado. É interessante que saibamos alguma coisa a respeito do que estamos colocando para dentro do nosso corpo.

Uma situação que parece boba, mas que pode te custar a saúde do seu rim? A forma como remédios para a dor / cólica menstrual por exemplo – é vendida. Já cansei de ver um medicamento X ser comercializado e vendido no caixa de grandes farmácias como se fosse um simples analgésico, algo inofensivo, MAS, para uma pessoa com nefropatia, isso pode ser quase uma sentença de…..hemodiálise. Quer saber o porque?

Não gosto de dar nomes aos bois, mas como enho um marido em casa que costuma usar remédio pra dor como se fosse uma aspirina, até o momento em que tive que sentar com ele pra explicar: anti-inflamatórios são nefro-tóxicos. E isso para quqlquer pessoa. Agora… para uma pessoa que tem problema nos rins, para quem tem nefropatia, eles são VETADOS.

MAS ENFIM, O QUE SÃO INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS?

Algumas vezes, quando a interação ocorre, ela pode potencializar ou diminuir o efeito do medicamento no organismo. Tanto pode acontecer a diminuição do efeito do medicamento, como por exemplo a ingestão de antiácidos juntamente com antibióticos, já que muitos antibióticos precisam do ambiente ácido do estômago para serem absorvidos corretamente, e, quando ocorre a ingestão de antiácido, ele pode diminuir o ambiente ácido estomacal, diminuindo também a absorção do antibiótico. Ou, ao contrário, uma interação benéfica ao organismo é o consumo de ferro juntamente com vitamina C, pois a vitamina torna o ferro mais solúvel, e por isso ele é melhor absorvido pelo organismo.

As interações podem ocorrer não apenas na ingestão de outros medicamentos. Podem acontecer com consumo de alguns alimentos com certos medicamentos, ou álcool, entre outros. Por isso, é sempre recomendado que você converse com os profissionais de saúde que te acompanham no tratamento, procurando saber quais as possíveis interações com relação aos medicamentos que está tomando, para melhorar a eficácia do tratamento.

Hoje, enquanto aguardava na farmácia para retirar alguns medicamentos que comprei pelo telefone ( descobri que online e no televendas os descontos são imbatíveis minha gente!), parei pra prestar atenção na rápida explicação que a farmacêutica deu a uma cliente sobre a vitaminas e como devemos ingeri-las, base oleosa, etc. Muitas coisas podem fazer diferença e é sempre útil obter informações que nos ajudem a melhorar nosso tratamento e nosso dia a dia, concordam? 

RELATOS PESSOAIS QUE PODEM TE AJUDAR

Eu, sem saber, cheguei a usar algumas vezes, em crises de dores de cabeça agudas. O tal Advil. Até que ouvi da nefrologista ( a médica responsável por cuidar dos rins) que o Advil, tem como princípio ativo o Ibuprofeno, e ele é um anti inflamatório! E sabem o que mais? O BuscoFEM aquele inocente remédio que promete matar a cólica menstrual, também é ibuprofeno! E se você , mulher diabética que tem nefropatia não sabia disso, PARE JÁ!

É MUITO IMPORTANTE QUE SAIBAMOS O QUE ESTAMOS INGERINDO QUANDO PRECISAMOS USAR MEDICAMENTOS, SEJA ELE QUAL FOR.

Digo isso a vocês meus queridos, com muito conhecimento de causa! E não é porque sou filha de farmacêutico! ( Bem, claro que isso ajuda e levei muitos sermões do meu pai quando fazia maluquices).

Mas eu aprendi a ler bula por mim, pelo meu cachorro, pelo marido, pela minha mãe, irmã, e até pelos amigos, sabiam? Acho que o conhecimento liberta!

Não tenham vergonha de perguntar ao seu médico. Não tenham vergonha de ir à farmácia, de questionar ao farmacêutico sobre os princípios ativos, saber sobre efeitos colaterais, sobre interações medicamentosas com medicamentos que você eventualmente já use.

Vejam aqui um caso recente que fez com que o meu psiquiatra, em consulta durante a pandemia, pensasse junto comigo em uma solução para o meu caso. E o quanto foi importante eu prestar atenção em alguns sintomas recorrentes até desconfiar que era o anti-depressivo que estava, provavelmente interagindo com o remédio que eu uso para proteger meus rins e que não posso, de jeito nenhum, parar de usar. Senta que lá vem história! (E juro, conto essas novelas todas para que você olhe para sua vida e investigue se tem algo parecido por aí para consertar!)

Sobre a Losartana Potássica (medicamento para pressão arterial que utilizo para controlar a microalbuminúria e proteger os rins): desde a morte da minha mãe o meu psiquiatra utiliza como anti-depressivo um medicamento chamado Donaren. Em dosagem bem alta, 150mg. Eu usava, até então, sem efeitos colaterais, mesmo com o baixo peso que atingi na pandemia – 47kg. Esse remédio dá MUITO sono, mas controlou muito o meu estado de torpor do luto. Foi excelente por todo o período. Porém, de 7, 6 meses pra cá, comecei a notar que minha pressão começou a ficar muito baixa. A ponto de me fazer, em dias quentes ano passado, de cama. Com valores horríveis, de 8×5, a ponto de eu achar que teria que ir para o Pronto Atendimento.

Comecei então a fazer alguns testes com os medicamentos que uso até que BINGO: todas as vezes que usava a dose de losartana a noite, junto com o Donaren, a pressão ia a 8×5, 9×7. Liguei para o Psiquiatra e juntos testamos outro medicamento. E o problema parou. Pressão estabilizou, não parei a Losartana, estou com a depressão acompanhada e sem fazer nenhum tipo de estripulia.

Esse tipo de acompanhamento médico é pra lá de importante e muitas vezes a pessoa não terá condição de fazer sozinha. Eu sei que talvez seja preciso um acompanhamento mais de perto. Aqui, no meu caso, eu tenho um certo conhecimento de causa, aprendi com meu pai. Os 45 anos de Diabetes ajudam. Mas você pode pedir ajuda. Pode ir ao posto de saúde. Pode anotar em um caderno tudo o que sente. TUDO, TUDO, TUDO. Pode ajudar o médico ou o enfermeiro a entender sintomas.

Mas o alerta que dou a todos vocês, de coração. EVITEM SE AUTO MEDICAR. EVITE FAZER USO DE QUALQUER REMEDIO SEM ANTES CONVERSAR COM SEU MEDICO. E EXPLIQUE MUITO BEM AO MÉDICO SOBRE MEDICAÇÕES QUE VOCÊ JÁ USA.

Interação medicamentosa pode atrapalhar nosso tratamento sem a gente se dar muita conta. E pode ser muito mais fácil de resolver. Fique atento!

  • TAGS:

SIGA O INSTAGRAM @CLUBEDODIABETES.OFICIAL