Entenda sobre o consumo de álcool para quem tem diabetes

E aí, pode ou não pode? Descubra agora!

Diabéticos ou não, somos todos humanos e gostamos de nos divertir. E, para falar a verdade, não tem muito jeito: o consumo de álcool, vez ou outra, fará parte de momentos de diversão e lazer. Porque as nossas atividades sociais são comumente associadas àquele copinho na mão.

Mas, será que o diagnóstico de diabetes é, necessariamente, uma proibição ao consumo de álcool? Bem, como tudo na vida, a moderação é o segredo. Porém, existem exceções à toda regra: alguns diabéticos não devem, de fato, consumir bebidas alcóolicas.

Para você entender melhor os riscos e as vantagens (sim!) no consumo de álcool, aproveite a explicação abaixo.

Por que evitar

Níveis de glicose

Algumas bebidas alcoólicas, como a cerveja e o vinho adocicado, por exemplo, têm carboidratos. Portanto, o consumo desse tipo de bebida pode aumentar os níveis de glicose no sangue.

Apetite

Nada combina mais com uma cerveja do que aquela porção de fritas na mesa, não é mesmo?! Mas, vale saber: como o álcool aumenta o apetite e reduz a força de vontade de manter uma alimentação disciplinada, seu consumo pode dificultar a perda de peso. Aliás, pode dificultar, inclusive, a manutenção do peso correto.

Uso de medicamentos

Aos diabéticos que fazem uso de medicamentos ou insulina, o consumo de bebidas alcoólicas pode não ser uma boa ideia. Isso porque o álcool pode interferir diretamente em seus efeitos e prejudicar seu tratamento.

Sinais de alerta

O organismo responde à ingestão de álcool de várias formas. Vermelhidão no rosto, náuseas, aumento da frequência cardíaca e fala arrastada são sintomas que podem confundir ou mascarar crises de hipoglicemia. Isso tudo sem falar no aumento dos níveis de triglicérides e elevação da pressão arterial causados por esse tipo de bebida.

Paradoxo clínico do álcool

O dr. Mateus Severo, médico endocrinologista e colaborador do portal da Sociedade Brasileira de Diabetes, explica que existe, na área médica, algo chamado de Paradoxo Clínico do Álcool.

Em resumo, esse paradoxo existe porque, ao mesmo tempo que o consumo de álcool pode causar doenças e aumentar o risco de morte, também pode ajudar a prevenir problemas de saúde e aumentar a longevidade. Mas, como assim? “O que define se o álcool fará bem ou mal é a quantidade e a maneira com que é consumido.”, explica o endocrinologista.

Vale a pena ler o artigo completo sobre isso. Clique aqui e confira.

O médico esclarece que, a partir de uma revisão de 15 estudos, publicada na revista Diabetes Care em 2005, o consumo diário de até 48 gramas de álcool (o equivalente a duas taças de vinho ou duas garrafas de cerveja) estava associado à redução de 30% no risco de diabetes.

Ou seja, para quem ainda não desenvolveu o diabetes, o consumo moderado de álcool pode até ajudar a prevenir a doença. “Aparentemente, doses em torno de 30 g de álcool melhoram a sensibilidade à insulina. Isto é, facilitam o funcionamento desse hormônio que ajuda nossas células a usar a glicose, o ‘açúcar do sangue’.”, diz.

Agora, a boa notícia: o médico explica que, surpreendentemente, o consumo moderado de álcool também pode ser benéfico para pacientes diabéticos! E ele cita dois estudos para embasar sua posição.

Publicado em 2007 também na Diabetes Care, um estudo israelense provou que o consumo de uma taça de vinho tinto ou branco todos os dias foi capaz de baixar a glicemia em jejum em 20 mg/dL durante os três meses de seguimento. Confira o artigo na íntegra.

Já a segunda pesquisa citada pelo médico foi publicada na revista JAMA, com a participação de mais de 900 pacientes diabéticos idosos. Esta mostrou que o consumo de pelo menos 14 gramas de álcool por dia foi capaz de reduzir o risco de morte por doenças isquêmicas do coração em cerca de 80%. Leia aqui.

As exceções

Infelizmente, existem alguns diabéticos que realmente precisam evitar o consumo de álcool. “Pacientes com sintomas causados por doenças nos nervos periféricos (neuropatia diabética) ou com hipoglicemias (quedas de glicose) frequentes podem apresentar piora desses sintomas”, alerta Dr. Mateus Severo, em seu artigo.

Além desses pacientes, o Dr. Severo informa também que mulheres com histórico familiar de câncer de mama e qualquer paciente com potencial para abuso de substâncias também devem ter o consumo desencorajado. Boas notícias, não é?

Mas, atenção: antes de qualquer coisa, é sempre importante marcar uma consulta com seu médico endocrinologista e tirar todas as dúvidas com relação ao seu caso específico. É só ele que vai poder indicar com precisão aonde você se encaixa nesses parâmetros. Afinal, é sempre melhor prevenir do que remediar, certo?

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