Do que você tem medo?
Por Bruno Helman
Hoje conversando com uma amiga querida, me deparei com a seguinte pergunta: você tem medo da morte?
A minha resposta automática foi “sim”. Durante grande parte da minha vida, acreditei que era a morte meu medo mais profundo. Aquilo que era capaz de me paralisar e fazer com que eu passasse noites em claro.
Há algum tempo percebi que o que eu temia não era a “morte”, afinal todos nós vamos morrer um dia. “Essa é a única certeza que temos” , o velho clichê que meu pai vive repetindo.
Percebi que o meu medo não era a morte em si, afinal essa é inevitável. O que mais temia e ainda temo é a forma como eu vou morrer. A vida é imprevisível, cheia de surpresas, posso morrer a qualquer momento, inclusive antes de terminar de escrever essas linhas. Todavia existem algumas ações que podemos tomar afim de minimizar essa efemeridade que nos é inerente.
As próximas linhas não pretendem ser sobre autocuidado e autocontrole, por mais fundamental que seja cuidarmos de nós mesmos, principalmente quando convivemos com uma doença crônica, a qual nos exige tanto, como é o diabetes. Quero compartilhar sobre a importância de enfrentarmos nossos medos e como podemos utilizá-los ao nosso favor. O meu, por sinal, é morrer sem deixar a minha marca no mundo.
Por mais egocêntrico que o dito acima possa parecer, ela é a mais pura verdade. O meu maior medo não é morrer, mas a forma como irei morrer. Não estou falando se irei morrer dormindo, correndo ou decorrente das complicações do diabetes – as quais faço de tudo que está ao meu alcance para evitar.
Acredito que não vim a essa vida a passeio, vim para ajudar as pessoas e de alguma maneira contribuir para um mundo menos desigual, mais justo e amoroso.
Quando falo que não quero morrer sem deixar a minha marca, não estou falando de quero ter uma rua com o meu nome – coisa mais piegas, por sinal – ou ser lembrado pelas minhas conquistas. A marca que quero deixar é muito mais profunda e invisível.
Quero ajudar as pessoas a viverem o seu máximo potencial, a buscarem a felicidade, não como uma fórmula mágica e UTÓPICA, mas como um processo de aprendizado constante. Que elas se inspirem nos seus medos como motivação para levantarem da cama nos dias mais frios e nebulosos.
Quero que as pessoas entendem que o resultado pouco importa, ele é apenas um reflexo de um processo de uma série de acontecimentos, alguns deles que estão nas nossas mãos. Outros que apenas fogem do nosso controle e não tendo nada que possamos fazer a respeito, por mais que daríamos tudo para mudar aquela situação ou revertermos aquele quadro. O que de fato importa é como enxergamos a situação. Um medo que nos paralisa e nos impede de buscarmos a paz interior? Ou que nos motiva a levantarmos, batalharmos e seguirmos em frente, independentemente de quão dura a queda?
Eu escolho o caminho da motivação constante e o amor incondicional a essa monta-russa de sentimentos e vivências que conhecemos pelo nome de “vida”.
E você? Como tem enfrentado os seus medos?