Você sabia que o descontrole glicemico em nós diabéticas pode contribuir para o aparecimento de doenças ginecológicas? Fiquem atentas!
Quando eu era criança, lembro-me bem do meu pai, nas reuniões de família aos domingos, cantando uma musica do Erasmo Carlos que dizia o seguinte:
Dizem que a mulher é o sexo frágil
Mas que mentira absurda!
Eu que faço parte da rotina de uma delas
Sei que a força está com elas
A música é uma homenagem a todas nós, que continuamos buscando nosso lugar no mundo, respeito, admiração, conquistas.
Nós mulheres somos mesmo incríveis ( sem feminismos exagerados, também admiro muitas coisas que os homens fazem! Não viveríamos sem eles!) : trabalho, família, beleza, corpo, filhos, TPM, medos, ansiedades, vitórias a serem comemoradas . E quando, além de todos esses fatores, ainda somos diabéticas?
Temos que ser muito cuidadosas com nossa saúde, mesmo diante de tantos desafios do dia a dia.
Em comum com o sexo oposto, temos todos os itens já conhecidos de longa data: o controle glicêmico, hemoglobina glicaca, colesterol, função renal, hepática, fundo de olho, pele…E como você cuida da sua parte ginecológica?
Muitas meninas fogem do consultório médico, ou só aparecem por lá quando algo está errado. E é importante lembrar que as diabéticas, principalmente as que estão descompensadas, estão mais sujeitas à contaminação por fundos e bactérias, inflamações, pequenas feridas no colo do útero. Problemas que, a priori, são simples de serem tratados, podem desencadear doenças mais graves que, claro, trazem de presente um descontrole glicêmico. Evite!
CONHEÇA ALGUMAS DOENÇAS GINECOLÓGICAS QUE PODEM DESCOMPENSAR O DIABETES
Síndrome dos ovários policísticos
A doença acontece quando os ovários produzem uma quantidade alta (e fora do comum) de hormônios masculinos, como a testosterona. Isso interfere na ovulação e, em muitos casos, na sensibilidade do corpo à insulina ( o que é péssimo para nós diabéticas e dificulta o controle glicêmico) . Os cistos se armazenam no ovário quando o folículo ovariano não expele o óvulo.
Os sintomas são característicos: ciclos menstruais irregulares, aumento de pelos no rosto e no corpo, acne e ganho de peso. Apesar de parecer simples, o diagnóstico nem sempre é dado nas primeiras consultas, já que os sintomas podem se confundir com outros problemas de saúde. E isso é preocupante porque a SOP — quando não tratada — aumenta o risco de infertilidade, diabetes tipo 2, síndrome metabólica, doenças cardíacas e câncer de endométrio.
O tratamento é feito com contraceptivos orais, que ajudam a suprimir os hormônios masculinos e a normalizar os ciclos. Controlar o peso com dieta e exercícios também é fundamental. Perder entre 5 e 10% do peso contribui para normalizar o ciclo menstrual e baixar os níveis de testosterona. Equilibrando esses fatores, é possível pensar em engravidar.
Candidíase
A candidíase vaginal é uma infecção ocasionada por fungo, o Cândida ou Monília, que causa um corrimento espesso, grumoso e esbranquiçado, acompanhada geralmente de irritação no local.
Para alguns especialistas, a candidíase não é uma doença sexualmente transmissível, pois pode ocorrer mesmo sem o contato íntimo. Alguns estudos indicam que o fungo pode estar na flora vaginal, assim, quando a resistência do organismo cai ou quando a resistência vaginal está baixa pode ocorrer a multiplicação do fungo e a manifestação dos sintomas.
Estudos mostram que alguns fatores são facilitadores dessa micose:
Entre 20% a 25% dos casos de corrimentos genitais de natureza infecciosa têm como causa a Candidíase. Diz-se que 75% das mulheres têm essa infecção pelo menos uma vez na vida.
Os sintomas da candidíase mais comuns dão o corrimento esbranquiçado, coceira, escoriações n região vulvar, coloração vermelha na vagina e, em casos extremos, pode causar ulceras.
Vulvodinea
Também chamada de síndrome vestibular. O principal sintoma é dor crônica genital, que pode estar relacionada a traumatismos locais, medicamentos ou produtos, cirurgias anteriores, infecções urogenitais, processos depressivos, dificuldade na relação que leva a espasmos musculares, diabetes e climatério.
Os sintomas variam desde uma coceira local, com irritação ou ardor, até um processo doloroso constante. O tratamento depende da causa diagnosticada. Em geral, envolve anti-inflamatórios, anestésicos locais e até fisioterapia pélvica.
Doença inflamatória pélvica
Infecção bacteriana que acontece no útero, nas trompas e em outros órgãos reprodutivos. É originada, na maioria dos casos, por bactérias que ascendem pela vagina, portanto é considerada sexualmente transmissível. Causa infertilidade em uma a cada cinco mulheres com o problema.
Os sintomas são dor pélvica ou abdominal crônica, náusea, febre alta, vômitos e secreção vaginal malcheirosa. O tratamento é feito com antibióticos para atacar as bactérias e analgésicos para a dor, que impede muitas mulheres de realizar até mesmo suas atividades rotineiras. Por tratar-se de uma doença inflamatória, necessitamos de atenção com o controle glicêmico.
Cuide-se, Se informe. Examine seu corpo e, ao sinal de algo estranho, não exite! PROCURE SEU GINECOLOGISTA!