Atenção você que reside no Distrito Federal! Pessoas com diabetes mellitus poderão ter acesso a insulina de ação ultra-longa gratuitamente no DF
Secretaria de Saúde do Distrito Federal abriu consulta pública sobre novo protocolo de insulinoterapia para pessoas com diabetes; contribuições podem ser feitas por e-mail até 7 de janeiro
As pessoas com diabetes que vivem em Brasília e fazem uso de insulina para controlar o diabetes poderão ter acesso a uma medicação mais moderna em breve. A Secretaria de Saúde do Distrito Federal abriu, no último dia 7, consulta pública sobre o novo protocolo de insulinoterapia, que prevê a inclusão da insulina de ação ultra-longa degludeca por meio do Sistema Único de Saúde – SUS.
Atualmente, a Secretaria de Saúde do DF oferece gratuitamente três diferentes tipos de insulina: a insulina humana, as insulinas análogas de curta ação (lispro, aspart e glulisina) e insulinas análogas de longa ação (detemir e glargina). As insulinas de longa ação garantem mais comodidade às pessoas com diabetes devido à sua aplicação ser feita apenas uma vez ao dia. Apesar disso, quem faz uso desse tipo de insulina deve estar atento ao horário de aplicação para evitar hipoglicemia, o que implica em um rígido controle da rotina e que, muitas vezes, prejudica a realização de atividades diárias.
Enquanto isso, a insulina de ação ultra-longa degludeca tem como principal característica sua ação lenta, que assegura a liberação contínua da insulina por mais de 42 horas no organismo. Com isso, oferece mais flexibilidade nos horários de aplicação quando necessário e à rotina da pessoa com diabetes, sem que haja comprometimento do resultado do tratamento. Diversos estudos científicos demonstraram a segurança e eficácia da insulina degludeca associado a uma importante redução nos episódios de hipoglicemia, especialmente as noturnas quando comparado à insulina glargina U100¹.
De acordo com o protocolo elaborado pela Secretaria de Saúde do DF para a Consulta Pública, a inclusão da insulina degludeca tem como objetivo “oferecer ao usuário a oportunidade de reduzir complicações e de melhor qualidade de vida com menor variabilidade glicêmica, com uso de formulações seguras que garantam menores riscos de hipoglicemia em todas as faixas etárias e condições de saúde”.2,5,6-11 Dentre os benefícios esperados, é possível destacar “melhora no controle metabólico do paciente, com redução das complicações; redução das hipoglicemias noturnas e graves (45-60%); manutenção de glicemias estáveis com menor variabilidade glicêmica.”2-4,12-13
Os interessados em contribuir com a consulta pública devem enviar um e-mail para consultapublicaprotocolodf@gmail.com. As contribuições devem ser feitas até o dia 7 de janeiro de 2017. A atualização do protocolo irá contemplar a oferta de insulina degludeca para pessoas com diabetes tipo 1; diabetes associado à gravidez; diabetes tipo 2 com insuficiência renal crônica em procedimento dialíticos, pós transplantes ou em insulinização plena; e maiores de 80 anos que apresentem condições especiais. Mais detalhes sobre os critérios podem ser conferidos no site da Secretaria.
Sobre o diabetes – O diabetes é uma doença crônica considerada um dos maiores problemas de saúde pública da atualidade. De acordo com a Federação Internacional do Diabetes (IDF), mais de 14 milhões de brasileiros têm diabetes, número que aumenta 20% a cada ano14 – desse total, estima-se que apenas 50% são diagnosticados com doença. O diabetes é a quarta causa de morte entre os brasileiros, representando cerca de 30% dos pacientes que se internam em unidades coronarianas intensivas, é responsável por 45% das amputações não traumáticas de membros inferiores, é a principal causa de cegueira adquirida e responsável por 26% a 40% dos pacientes que ingressam em programas de diálise². Segundo dados publicados no Centro para Controle e Prevenção de Doença (CDC), os custos diretos e indiretos só perdem para aqueles relativos ao câncer².