O Diabetes não escolhe classe, cor, hora nem idade pra chegar. No caso dos pacientes com o diabetes tipo 1, algumas pessoas até já nascem diabéticas. Ou então, como eu, adquirem a doença durante a vida. No meu, com menos de 3 anos.
Como todos já sabem, eu fui uma criatura rebelde, as complicações apareceram aos 21 anos e depois disso tive que passar por várias coisas.
Há cerca de 2 semanas, senti um embaçamento na visão e corri para o oftalmo. Não deu outra: meu olho deu uma piorada. E isso pode ter acontecido por duas razões: uma perda de proteína pelos rins aumentada em função de uma infecção ( que só descobri n consulta com a nefrologista), ou por uma rápida descompensação por conta do stress.
Esses pontos escuros são lasers feitos ao longo de anos de diabetes
Fiz exames, e hoje pela manhã fui novamente ao médico: saí de lá com a pupila mega dilata e váriosdisparos de laser a mais para o meu currículo. O laudo do Dr. Maurício, meu oftalmologista: Uma parte da minha retina que não estava foto-coagulada ( com laser) estava “sofrendo”: e com os temidos neo vasos. Eles foram queimados para evitar um sangramento.
Porque deixei chegar a esse ponto? Aqui confesso para vocês que, apesar de me cuidar sempre, passar pelos médicos, fazer dieta, exercícios, etc, nos últimos meses fui tomada por uma onda desanimo, um pouco de tristeza até, pela crise, a falta de perspectiva de trabalho, a dificuldade para conseguir evoluir em alguns assuntos pessoais. Deixei o desanimo tomar conta, fiz menos exercícios, relaxei na alimentação, não voltei nas consultas programadas. E sabe que aconteceu? O corpo e o diabetes mandaram a conta.
Hoje saí do consultório bem triste, questionando muito, bem melancólica. A visão fica tão sensível no pós laser ( confesso que é beeem incomodo, apesar de suportável) que só me restou almoçar e ficar quieta. Computador, tv, livro, nada é agradável. Simplesmente dormi.
Mas porque estou contando isso para vocês? Porque simplesmente tudo isso PODE sim ser evitado.
É impossível ficarmos 100% do tempo felizes, saltitantes, nos cuidando , fazendo tudo perfeito. Mas temos que nos motivar, temos que buscar algum tipo de equilíbrio para não “cair”num buraco emocional.
Eu levei uns 2 meses pra reagir, muitas coisas aconteceram pra me nocautear. Mas confesso que não quero mais levar esse tipo de susto! Tenho muito pra viver ainda, e pra isso, preciso que esse corpo, mesmo com as cicatrizes, continue caminhando e fazendo coisas!
Resolvi então, explicar nos posts sobre Retinopatia um pouco do problema, para que todos prestem atenção nesse bem tão precioso: os nossos olhos.
Cuide, cuide, cuide. Eles valem mais, muito mais do que ouro. Tenha certeza disso.
Me perguntaram o que tive. O post de quarta feira , onde falarei sobre tratamento, vocês poderão ver os estágios do tratamento para a retinopatia proliferativa. Eu passei por todos. Fiz 3 vitrectomias, e uma cirurgia de catarata ao 32 anos. Tive descolamento parcial de retina. Tudo, porque apesar de acompanhar com frequência com um bom oftalmologista – especialista em retina – eu não me cuidava tão bem assim. Precisava trabalhar muito, não tinha tempo para muito esporte, comia em horários malucos, não fazia uma monitorização glicêmica ideal. Como queria ter um resultado diferente ?
Como não quero mais levar sustos, estou buscando tratamentos alternativos para que equilibrar melhor: voltei para a terapia, fui atrás de acupuntura, voltei a pedalar. Farei o check up dos 40 anos, estou dormindo melhor, cuidando do que como e me preocupando com meu stress. Espero que possa, em pouco tempo, colher os frutos dessa decisão: não dar férias para o meu tratamento.
Boa semana a todos, com muita saúde!
