Stress e glicemia controlada: o que isso tem a ver?

Não teria momento mais ideal para escrever sobre o quanto o stress altera nosso controle de que este: estava de saída para o super treino de corrida, já pronta, com o meu basal reduzido – conforme havia cominado com o treinador – esperando meu marido, que havia combinado comigo de me levar, apareceu uma reunião de ultima hora e eu me vi trancada em casa ( acreditem, minha chave sumiu) , com o taxi na porta, treino pra começar, chateada porque não ia ter vídeo. Estava feito o estrago emocional: fiquei uma PILHA ( de nervos).

Claro que a minha glicemia por enquanto está lugar, mas podemos esperar por um rebote. Porque não foi um nervosinho. Eu fiquei MUITO nervosa. Ë a chamada “Tempestade Perfeita”, além de não ter o que fazer, tem que lidar com tudo o que está sentindo e tomar cuidado. Sou diabética. Ferrou.

Mas, você, que também passa por situações de stress no seu dia a dia, como lida com crises de stress que fazem nosso corpo ser bombardeado pro adrenalina, cortisol, e tudo mais de contra- reguladores pra colocar a glicemia lá no céu?

A INFLUÊNCIA DOS HORMONIOS DO STRESS NA GLICEMIA

stress ocorre quando seu organismo reage mediante alguma pressão.  A origem do stress pode ser física, devido ao cansaço excessivo ou alguma doença, ou então emocional, devido, por exemplo, a problemas no casamento, trabalho, saúde, ou financeiros.

Em nós, diabéticos, o stress do dia-a-dia pode causar o descontrole se não soubermos como lidar com ele.

Quando o stress ocorre, o nosso organismo se prepara para agir. E essa preparação faz com que os níveis hormonais aumentem muito. O efeito em cadeia faz com que aumente a energia armazenada – glicose e gordura – disponível para as células.  Então, estas células são preparadas para ajudar o organismo a se livrar do “perigo”. Em pessoas com diabetes, essa reação não funciona tão bem. Não é sempre que a insulina é capaz de deixar a glicose extra que circula no sangue entrar nas células, logo a glicose vai se acumulando no sangue, elevando  desta forma os níveis da mesma.

Os hormônios do stress (por exemplo, o cortisol, adrenalina), cuja função é “lidar com o perigo” a curto prazo, acabam permanecendo em nosso organismo por um longo período. Como resultado, o stress de longo prazo pode aumentar muito os níveis de glicose no sangue, causando uma descompensação no controle glicêmico. A curto prazo, teremos picos de glicemia.

Assim como o stress físico, o stress emocional pode também ser de curto prazo – como por exemplo, ficar preso no trânsito por algumas horas. Pode ser também de longo prazo, como por exemplo trabalhar com um chefe muito exigente, ou então ter que cuidar de uma pessoa muito doente, ou então, estar passando por uma crise financeira.

No stress emocional, o organismo libera  hormônios que causam uma reação inflamatória sem ter uma “causa física” aparente para combater, o que pode gerar problemas graves, como por exemplo, desde uma gastrite ou úlcera até doenças auto-imunes (diabetes, hipotireoidismo, vitiligo, lúpus). Neste caso, não existe nada que resolva quando o “inimigo” é a própria cabeça. Por isso, deve-se tratar este stress, com exercícios de relaxamento, psicoterapia, além da prática de atividades físicas e de atividades intelectuais prazerosas.

Atividades físicas podem ajudar a aliviar o stress

Atividades físicas podem ajudar a aliviar o stress

Segundo estudos realizados por cientistas, os efeitos do stress em pessoas com diabetes tipo 1 são mais complexos. Enquanto na maioria das pessoas o stress mental eleva os níveis de glicose, em outros, os níveis podem baixar de repente. Nas pessoas com diabetes tipo 2, o stress mental somente aumenta os níveis de glicose.

Já o stress físico, como uma doença ou dano físico, ocasiona aumentos nos níveis de glicose no sangue em ambos os tipos de diabetes (tipo 1 ou tipo 2).

Terapias alternativas podem ajudar

Para algumas pessoas com diabetes, controlar o stress com uma terapia de relaxamento pode ajudar significativamente. Pode-se observar uma melhora, muito mais nas pessoas com diabetes tipo 2 do que nas com diabetes do tipo1 e essa diferença faz sentido.

Em pessoas com diabetes do tipo 2, os hormônios do stress bloqueiam a liberação da insulina pelo pâncreas, logo, tratar o stress faz com que se recupere a função do mesmo, restabelecendo-se imediatamente o controlemeditar 01 glicêmico.

Já em diabéticos do tipo 1, o pâncreas não fabrica a insulina, logo a redução do stress não tem o mesmo efeito que nos do tipo 2. Porém, reduzir o stress ajuda (e muito) a diminuir a liberação do cortisol, e monitorando-se a glicemia constantemente e administrando-se a dosagem correta de insulina, consegue-se chegar a um equilíbrio glicêmico.

Por outro lado, aprender a relaxar e reverter a resposta hormonal do nosso organismo ao stress pode mudar nossa vida e ajudar a aliviar a origem do stress do dia-a-dia.

.Exercícios de respiração, terapias de relaxamento , exercícios físicos, bons pensamentos

Você deve ser capaz de se livrar de alguns estresses da vida.

Ter diabetes é um deles. Ainda assim, há maneiras de reduzir o stress de conviver com o diabetes. Grupos de apoio e associações podem ajudar bastante. Conhecer outras pessoas na mesma situação ajuda a não se sentir sozinho(a). Você pode aprender com outras pessoas algumas dicas de como lidar com os problemas. Estou passando por isso depois de lutar contra o assunto a vida toda , e fazendo novos amigos! J

Você pode conseguir ajuda para qualquer um desses problemas. Peça à sua equipe médica para indicar um psicoterapeuta. Conversar com um especialista pode ajudá-lo a dominar seus problemas. Você pode aprender novas maneiras de enfrentar ou até mudar seu comportamento. 

E eu, por aqui, agora vou brincar com o cão , porque se o treino já foi, eu não consigo mais sair, o negócio é ficar bem dentro de casa mesmo! :p

 Fontes:

– ADA – American Diabetes Association

– SBD – http://www.diabetes.org.br

 

 

 

 


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