Porque sumi por tanto tempo???

As vezes, é preciso dormir, dormir muito.

Não para fugir, mas pra descansar a alma dos sentimentos. Quem nasceu com a sensibilidade exacerbada sabe quão difícil é engolir a vida. Porque tudo, absolutamente tudo devora a gente. Inteira.

Marla de Queiroz

E é assim que eu começo, pela quarta ou quinta vez a tentar escrever sobre – mais uma vez – o que me atrapalhou. Porque sumi, sumi de tudo, de Face, de Instagram, da vida de alguns amigos, acho que até de mim mesma. Eu ainda não consegui efetivamente voltar, a realidade hoje está mais pesada do que eu, fragilizada como fiquei, talvez consiga suportar. Mas juro, me esforcei tanto pra sair desse buraco negro que eu entrei, que ganhei um animo incrivel pra olhar pra frente e continuar.

Eu queria que esse post fosse datado da minha volta pro blog, pro meu compromisso, que vou tentar conduzir junto com as coisas que tenho que fazer no dia a dia. É muito dificil falar claramente sobre muitas coisas…..mas vamos lá, é hora de tentar botar pra fora. Tenho varias idéias na cabeça que com esse 2013 tão estranho que foi, não consegui colocar em prática. Agora tem que acontecer.De quando escrevi este texto, passaram-se 5 meses até que eu resolvesse parar tudo pra cuidar de mim, das minhas coisas. Tudo ficou “de lado”. Priorizei coisas que não deveria ter priorizado.

Pra quem acompanhou o ano passado, estava já tudo muito estranho. Até um ano e meio  atrás, no mês de março, tinhamos uma casa montada, estavamos felizes, financeiramente um tanto apertados, mas esperançosos, porque achamos o apartamento que estavamos procurando há tanto tempo. Bonitto, descolado, menor que o nosso, mas muito legal. “Quebramos o porquinho” e – infelizmente – pedimos ajuda familiar – para completar o valor que precisavamos. Tivemos que fazer umas coisas para deixa-lo pronto pra morar. Reforminha ridicula, tirar uma parede aqui, arrumar coisas ali…e o que levaria 2 meses, durou quase um ano. Colocamos na casa duas criaturas “do mal” para trabalhar.Fomos para a casa da minha mãe, e lá se foram 6 meses. Sem contar os dias que ficamos em outro familiar – que já contei lá atrás. E que foi uma facada no meu peito, tão doida ( e o mesmo no do meu marido), que é dificil esquecer o que tive que ouvir, Quem leu, sabe o que houve. E posso dizer que muita coisa mudou, pelo menos na minha cabeça. E como isso me deixa triste. A minha tristeza em relação a esse assunto se arrastou até o fim do ano, quando estava chegando o Natal, e vi que o meu conceito de família, o que aprendi com meus pais, o que vejo com minhas amigas, infelizmente, NÃO  existe para algumas pessoas. Mesmo que queiramos que seja diferente….certas vezes não há o que se fazer! Olho para o Luiz as vezes e tenho vontade de pega-lo no colo, porque desacredito na falta de afeto que vem do outro lado.E como ele sofre por isso, eu sofro por ele.  Nossa, como deve ser triste ter por perto gente  que não se importa com o coração, com a felicidade. Que não gosta de ficar junto. Que não valoriza esses momentos que, de uma hora para outra, podem virar história, porque como meu pai sempre dizia em suas brincadeiras com aquele típico humor britanico, você nunca sabe se vai sair de carro e se será atropelado por uma roda de avião ( vai que cai uma do Ceu e te mata? – ideias de Leonardo). E se vc não curtiu as pessoas que ama? Como tem gente que não sabe amar, ou não sabe, efetivamente , o que é o amor!!!! Tudo o que aconteceu, somado aos meus sonhos interrompidos, aos nossos planos e nossa vida que teve que ser “congelada”, mexeu DEMAIS  com a minha vida, e minha cabeça. Nos entristeceu. Mas também, nos fortaleceu. Eu precisava desse tempo pra colocar os pensamentos no lugar. E precisava “grudar” no Cara lá de cima. Só hj de manhã, fiquei uns 40 minutos orando, lendo alguns salmos, e as mensagens – sempre diretas – do Evangelho. Isso tem me confortado bastante….

E porque eu fiquei tão mal, por conta de problemas que aconteceram? Acho que a melhor resposta é que já estavamos cansados, tomamos uma decisão de ir pelo caminho mais difícil, e eu simplesmente baqueei no meio do caminho. Comecei, de uma hora pra outra, a questionar TUDO, pessoas, suas atitudes, coisas da vida, porque os sacanas se dão bem, e muitos de bem sofrem tanto. Porque tem gente que , por mais que vc faça tudo certo, não te aceita. E tive que trabalhar TODOS  os meus demonios na terapia, na religião, em momentos “solo”, em conversas com o Luiz. Tem gente que não gosta de você, ponto final. Por mais que vc agrade, mesmo que do seu jeito, ela NUNCA  vai gostar de você. E não sofra com isso. O mundo é assim mesmo,Isso eu vou ter que aprender a engolir. Como criança que chora, chora e a mãe manda engolir o choro…igualzinho.

Foram 6 meses sem casa, com tudo “em stand by”. Minha mãe, junto com minha irmã e o Zeca, nosso super beagle vovô ( paixão da minha vida eternamente), foram simplesmente demais nesse período.. Até que, antes do Natal, fomos pro ape. E veio uma casa completamente repleta de pó de obra, sem os armários, com malas de roupas com cheiro de guardado ( desde março tudo fechado), roupas que adoramos cobertas de pó. Sem fogão ( so poderiamos instalar com pedra e caixa colocados), a casa ainda se arrastou por alguns meses até agora.. Decoração e moveis que faltam ( no outro apartmaento muita coisa já existia).  isso pode ser que demore por um bom tempo. Financeiramente, estamos na fase mais difícil de nossas vidas.. A  auto estima profissional se abalou, só agora decidi voltar pra “guerra “e trabalhar minha recolocação.

Quando entramos de vez na casa, a ficha caiu. O Luiz sai para trabalhar, e eu em casa, com a casa inteira pra por em ordem. E a partir daí, nunca trabalhei tanto na vida. Foram cerca de 4 meses de trabalho intenso para abrir cerca de 70 caixas limpar, lavar, arrumar, descartar, doar, e tentar colocar tudo no lugar. E até hoje, ainda tem coisa pra fazer. Ta louco! Quase enlouqueci. Como ainda não achei a pessoa certa pra nos ajudar, estou levando tudo sozinha – tá pesado! – o que tem me deixado bem cansada….Estou envolvida em algumas coisas que tomam um tempo absurdo – que são prazerosas para mim, mas cansativas. Tem horas que acho que não darei conta. Mas vamos lá. Só que, nesse periodo, eu deixei de lado do meu blog, o meu Clube….e isso me angustia demais, me deixa triste. Estava quase que com vergonha de voltar …

Questionamentos sobre tudo as vezes nos deixam tão pensativos....

Questionamentos sobre tudo as vezes nos deixam tão pensativos….

Andei pensando no porque eu parei, eu sumi, e não quis falar. Foram muitas coisas ao mesmo tempo, a cabeça entrou em colapso. Eu não consegui organizar a nossa nova vida de uma forma a englobar tudo e cuidar de tudo com maestria. Eu simplesmente CANSEI.  De tudo , de ( quase) todo mundo. Eu quis ficar sozinha.E junto com isso, ainda se somou  a minha vonta de  ser mãe, a angustia de querer ajudar o Luiz, a vontade de organizar tudo, e o medo do  futuro. Parece que você acaba atraindo exatamente aquilo que no momento não tem condições de “carregar”.  Socorro!

Cansei de me ‘arrastar”, deixei meu compromisso esperar um pouco, sentei quietinha e aqui estou eu, voltando a ativa e esplicando aos leitores o porque desse “hiato”..Aos olhos de muitos eu estou exagerando. Mas a real é que cada um sabe bem no fundo o que aguenta ou não, o que é bom para si ou não. E cada um lida com os problemas de um jeito….somo unicos!

 E sabe qual foi o balanço desses 6 meses?  A intensidade como eu “vivi”os problemas causou um estrago na minha saíde. A glicemia nos 3 primeiros meses enlouqueceu, o olho sangrou, tive que fazer laser novamente em janeiro. Engordei ( pouco, mas engordei), treinei menos….Hoje estou mais controlada, mas ainda não na meta. Tenho muito trabalho a fazer. E já perdi tempo demais pensando na vida. Deu!

Peço desculpas a todos os seguidores, amigos, colegas, mas esse tempo foi mesmo um tempo de “fechar pra balanço”, de entender que tem coisa que não dá pra mudar, tem gente que não vai mudar, que nem tudo vai ser do jeito que gostariamos. A vida é assim. Posso não aceitar, mas terei que levar. Terei que lidar com meus questionamentos sem morrer por eles, sem deixar de me cuidar. Afinal, a unica pessoa que pode me ajudar, sou eu mesma. E ponto final!

Começando de novo, como sempre foi! :)

Começando de novo, como sempre foi! 🙂

 


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